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quinta-feira, 23 de outubro de 2008

A cinza alcatéia

Estirado no chão
Contemplo uma cinza alcatéia
Dilacerar meu peito
Saboreando nele
As tiras do amor próprio
Que ainda me resta
Nos lábios entreabertos
Emito apenas uma respiração ofegante
Sussurro agonizante
Daqueles que se sentem mortos
Embora estejam vivos
Se sinto dor?
Sim, muita dor
Mas até da dor que sinto
Os lobos se alimentam
A luz da lua cheia
Reflete um brilho prata
Na superfície de meu sangue empoçado
Admiro agoniado
No chão branco
O gotejar de minha vida se esvaindo
Tento pedir por água
Mas a água que sai dos meus olhos
É lambida por um lobo
Um gesto de carinho, talvez
Ou um privilégio que me arrancam
E ao olhar fixamente nos olhos desse lobo
Os olhos que me mantém vivo
Sangrando
Desejando sugar das íris escuras
A luz da minha liberdade
Sou tomado por um sentimento pleno
De ternura e de tormenta
Se o amo?
Não, não amo
Amo o pedaço de mim
Que ele digeriu
E que nem salvo dele recuperarei
Fecho os olhos e sinto sua língua
Percorrer o meu rosto
Se deleitar em meu pescoço
Cobrindo minhas feridas de saliva
Um gesto de carinho, talvez
Ou outro privilégio que me arrancam

Um comentário:

Unknown disse...

Só uma palavra me veio à cabeça: Chocante!!!!!

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