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quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Paranóia

Uma conspiração
Uma vinculação constante
Dia a dia
Vou assistndo a flashes
Por trás de quatro paredes
Escritórios, hospitais, consultórios
Um ato desenfreado e compulsório
Em todos os lugares
Todos os bairros
Todos os sites
Todas as formas de inverdade
Eu adoeço, me escondo
E a sanidade grita, questiona
Ilude e equilibra
A fim de que a desordem
Não bata na porta
E lhe expulse com o caos
É 87, 86, 88, 85...
São tantos números
Tantos corpos
Que tocam meu corpo através do seu
Tanto suor seco nos pêlos
Em meio ao cheiro de lenço umedecido e couro
São cadernos, apostilas
Trabalhos, ética, mentira!
Palavras soltas, proferidas
Como alibi perfeito
De um serviço tão bem feito
Que me leva a questionar se
Louco sou
A delirar com crimes e flagrantes
Não flagrados
Inspirado pelo espiritual ritualístico
De receitas vís e comprimidos diários
Aturdido pelo turbilhão de mensagens subliminares
Promessas vazias
Recados, nuances...
Detalhes de uma mente
Tão fria, tão ensaiada
Tão isenta
De emoção, de compaixão
E em vão vou me castigando
Com o prazer de ser apunhalado
Em cada coletivo tomado
Em cada onda, frequência, janela
Em cada impulso elétrico
Sons, alarme de contato indevido
Proibido, prazeroso, rotineiro
É o côro desordeiro de fantasmas
Que cantam em escala trinária
O requintado movimento de minha agonia
É o doce e ritmado som
De meu coração apertado
Angustiado, acuado, desconfiado
Culpado... Culpado? Culpado!
Sou eu, é você, somos um só
Bolo de feridas e tormentos
Unidos pela multidão de mãos
Que nos apalpam
Tocando as teclas de nosso
Piano afinado
Com ilusórias compensações de um
Prazer não solitário
Não imaginário
Sem grandes personagens
Sem fingimentos e distância
São dois corpos nús
Banhados de saliva e sêmen
Virtual, real, banal
Somos um bacanal, um carnaval
De cores, tamanhos, idades, estilos
Cabelos, pernas, bundas, picas
Perfume e suor
Somos uma só
Loucura e cura
Uma só vida dupla, tripla...
Soma de aventuras e desculpas
Estampadas num rosto sinico e dissimulado
Um brilho prateado
Numa linda tarde ou noite de adultério
Somos o inverso do ideal

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Um dia só

O mar se abre
Atordoado eu deslizo
Sou alegria e dor
Ascendo de entre espinhos
Rumo ao céu nublado
E como um raio chego ao chão
Tua frase despertou em mim
Aquilo que ninguém
Jamais despertará
E ao rir de chorar eu fico
Totalmente imerso em ti
Não há como raciocinar
Me lancei...
De um precipício
Pra dentro do teu carro
Te beijei com ternura os lábios
E tatuei na fronte
Aquilo que flutuava
Buscando se concretizar
Vejo tua imagem
Linda em todos os detalhes
No toque
Na escuridão dos olhos
No fulgor do sorriso
Na largura dos ombros
Encaixe perfeito
De braços no abraço
De lábios nos meus lábios
Da sincronia do sono pesado
Desperto e me vejo banhado em ti
Suor, saliva e sêmen
E toda forma de amor
Se manifesta em meus olhos
Olhar que você comprou
Um dia só
E uma dia só você permitiu
Que esse amor te tocasse
Pra consumar o fato ocorrido
E limpar seus rastros
Passear por cima dos escombros
Como quem mira uma paisagem
De um pôr-do-sol alaranjado
Sobre uma multidão de corpos estirados
Contente com os avanços
Contente com o outro e consigo
Sou reduzido a pó

domingo, 4 de julho de 2010

Compulsão

Por favor, se afaste de mim
Meu corpo está sujo
Minha roupa manchada
Meus lábios amargos
Olhe pros meus braços
Úmidos, marcados
Sinto o odor do meu corpo usado
Tantos o tocaram
Muitos possuíram
Já não sinto tremor
Ao ser tocado
Feri meus lábios
Depilei minhas costas
Já não há pêlos
Pra que eu fique arrepiado
Só sinto mãos pesadas
Respiração ofegante
Vejos os olhos fechados
Ou vidrados em um só lado
Movimentos repetitivos
Enfadonhos
Chocam o peito contra o meu
Pegajoso e calejado
Já não durmo abraçado
Já não ouço o coração bater
A respiração acalmar no pescoço
Sinto-me morto
Mas não digo não
Quero ir pra casa
Ficar sozinho
Simular a inocência perdida
Mas não posso dizer não
Posso apenas me despir
Sem nada no bolso
Com uma pedra no estômago
Pronto pra ser consumido
Não posso dizer não

Feito em 2009, não condiz com meu estado de espírito atual...

sábado, 29 de maio de 2010

Quero te matar

Te vejo com brilho nos olhos
Enquanto me roubam a paz
Vejo muito mais no reflexo
De teu sorriso cerrado
Sua pata pesada
Esmaga meus órgãos
Enquanto meu sangue se esvai
E no regozijar de teu
Discurso triunfal
Sinto minha tristeza virar banal
Minha prudência, doença
Minha vida a sentença
De um jogo perverso
No qual eu perdi
Me sinto assim
Ansiando do fundo do meu
Decrepto peito
Ver teu sangue jorrar no meu rosto
Enquanto meu braço incansável
Imprime esforço
Minha mão em teu pescoço
Na mais brutal força
Quero ver a vida sumir de teu olho
Até que essa luz vire fosco
Sim, quero te matar lentamente
Torturar dias à fio, trabalhando
Como na composição de uma sinfonia
Pedaço a pedaço de teu corpo
Saltando como notas ao vento
Enquanto seu sangue flúido
Escorre junto com a harmonia
Quero sofrimento misto de agonia
No arrancar letárgico
De cada unha tua
Das mãos... dos pés
Que dedos esmagados se espalhem
Enquanto extraio do teu último grito
O aroma de carne frita e ácido
Ossos quebrados, costela aberta
Pra que eu possa contemplar
O coração bater pela última vez
Como um tambor acelerado
Suspense, suspenso...
Enfim, acabou
Acabou a música
Acabou a emoção
Acabou você

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