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sábado, 29 de maio de 2010

Quero te matar

Te vejo com brilho nos olhos
Enquanto me roubam a paz
Vejo muito mais no reflexo
De teu sorriso cerrado
Sua pata pesada
Esmaga meus órgãos
Enquanto meu sangue se esvai
E no regozijar de teu
Discurso triunfal
Sinto minha tristeza virar banal
Minha prudência, doença
Minha vida a sentença
De um jogo perverso
No qual eu perdi
Me sinto assim
Ansiando do fundo do meu
Decrepto peito
Ver teu sangue jorrar no meu rosto
Enquanto meu braço incansável
Imprime esforço
Minha mão em teu pescoço
Na mais brutal força
Quero ver a vida sumir de teu olho
Até que essa luz vire fosco
Sim, quero te matar lentamente
Torturar dias à fio, trabalhando
Como na composição de uma sinfonia
Pedaço a pedaço de teu corpo
Saltando como notas ao vento
Enquanto seu sangue flúido
Escorre junto com a harmonia
Quero sofrimento misto de agonia
No arrancar letárgico
De cada unha tua
Das mãos... dos pés
Que dedos esmagados se espalhem
Enquanto extraio do teu último grito
O aroma de carne frita e ácido
Ossos quebrados, costela aberta
Pra que eu possa contemplar
O coração bater pela última vez
Como um tambor acelerado
Suspense, suspenso...
Enfim, acabou
Acabou a música
Acabou a emoção
Acabou você

3 comentários:

Fernanda disse...

muito bem escrito,
dramatico, quase possivel de sentir a dor e agonia traduzido na poesia. pessoa de varias capacidades, assim é você. beijos doces ...
fernanda

Victor disse...

Apesar de dispensar comentário... não dá pra deixar de comentar de algo tão bem conduzido. É incrível sua sensibilidade e capacidade de expressão, apesar das sua orações serem curtinhas, ficam implícitas reticências que dão um rol de sentidos para interpretar, ao mesmo tempo que está dito com fidelidade o que se passa com você. Achei bem interessante a fisiologia que encontro em seus textos... de uma beleza sem comentários.

Fábio Almeida disse...

Muito Legal... Parabpens!

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