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terça-feira, 20 de maio de 2008

Todos os dias

Todos os dias
Finjo estar acordado
Sento na cama
Com os olhos ainda pesados
E escuto, leio, vejo
Todas as cobranças
Que precisam chegar
E que não deixarão de existir
Do meu corpo estranho
Da minha saúde fragilizada
Levanto, me arrasto à mesa
E como a pulso
Enquanto o tempo desperdiçado
Monstro voraz
Devora o resto do meu futuro
Todos os dias ando
Por cima das pegadas
Daqueles que têm por despertador
O som das balas perdidas
Pra não sujar de lama
O meu tênis parcelado
De quebra perco mais quarenta minutos
De pensamento ao vento
E vento no rosto
Todos os dias cumpro
O que mantém minha renda
Bato ponto
Bato meta
Aguardo a sexta-feira
Talvez no fim de semana
Eu encontre o amor
Amor?
Oh, amor...
Veja que lindo jogo inventamos
De não amar pra ser amado
De conquistar
Sem se deixar ser conquistado
De não desejar nada além
De ser alvo do desejo
Transporto cravadas nas costas
As afiadas facas que atiras
Quando perco uma rodada
Não deixo de brindar
Com o sangue que de lá escorre
A todas as pessoas que
Passaram correndo por minha vida
Tocaram minha essência
Perturbaram meu sono
E se foram sem deixar rastros
Todos os dias

Um comentário:

GK disse...

olha eu aqui!! ^^
antes tarde do que nunca!
gostei muito deste e resolvi comentar nele!!!
beijos meu escritor ^^

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